Limite

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A morte ronda os meus olhos.
Susto... trauma...
No limite do corpo a saúde do espírito.
O soco no estômago,
O frio do escuro.
A noite eterna em meu dia
vicia
e alinha
o tédio ao sono
e o sono ao medo.
A morte ronda o meu corpo.
E anula
o afago,
a carícia,
a delícia de sabr-me flora,
a malícia de saber-me fauna
no cio.
A agonia
cria a espera do amanhã
nos vestígios do ontem,
tão bifurcado no hoje.
No anseio da entrega
absoluta e serena,
encontro-me viva
e dona só de mim e dos meus engasgos.
O trote,
a cilada,
a voraz emboscada que inaugura os sonhos,
antes do adormecer.
Lenda viva?
Acalanto?
Onde em mim pulsa o coração?
A morte ronda os meus passos.
Desfaço
o corpo da amente
e planto-me,
do fruto a semente
esquecida sobre o chão.
Meus passos passeiam luas
no breu da escuridão.

Marilia Abduani

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