Compasso

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A nota do meu corpo

sai do teu compasso

desordenada-mente,

e se sacia

com a melodia

do coração.


O ritmo da vida

vez em quando se atrapalha,

é o fio da navalha

é o nó na sintonia.

E, no tom do tempo,

é que o amor se espalha

A voz, às vezes, falha

em toda a harmonia

de viver.


Marilia Abduani

Navegante

Naveguei por tantos mares

por onde hoje a dor passeia,

Saudade, barco ligeiro,

nos braços da maré cheia.


Passei por tantas tormentas

em águas que já nem sei,

ancorada na lembrança

de amores que lá deixei.


Naufraguei um oceano

no barco da calmaria,

no veleiro da coragem,

naufrágio da valentia.


E até que o vento devolva

o o sonho que vem do mar,

Eu deixo nas ondas claras

meu barco te navegar.


Marilia Abduani

Pote da Idade

Na gestação da brisa,

plantada no ventre das horas,

é fácil apalpar a vida

se medo de que haja o agora.

Só por paixão vale a pena

secar o pote da idade,

caminho de sol poente.

Ainda não é tão tarde.


A dor que talha a esperança

é um rio largo e fecundo,

cardume de velhas lembranças

nas profundezas do mundo.

Escombros, lábios sedentos,

para amainar desencanto.

Na mente, se tornam flora

a nostalgia da infância

tecendo o ninho da aurora.


Marilia Abduani.

RENDA DE ORVALHO

Centelha de raios de sol,

facho de luz na manhã,

deita na calma imortal,

cola no breu feito ímã.

Diamante dentro do amor

é a estrada nova pro norte,

das profundezas da dor

apaziguada é a sorte.


Deita a minha alma ao vento

a relva enfeita a história.

Oco solar é o lamento

no marulhar da memória.

Refeita em luz, minha estrela

é renda de orvalho bordada,

enluarada se espelha

na relva em orvalhada.


Marilia Abduani

Relho

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A noite em meu caminho

o espinho em meu desejo

A pedra em meu carinho

serpente morde o meu beijo


A sombra eterna no espelho

a faca em meu orgulho

as velhas tranças do relho:

amarras em meu embrulho


O berro em minha verdade

o gelo na valentia

o orgasmo na liberdade

a solidão que vicia.


E assim, pela estrada eu sigo

entre o amor e o laço

saudade bate no peito:

É a falta do seu abraço.


Marilia Abduani

Fera

terça-feira, 19 de abril de 2011

Em teus olhos eu leio a minha história.

Em tua boca as lições que eu aprendi.

Teus cabelos são as teias da lembrança

os teus dedos jorram flores por aí.


Teu silêncio fala mais do que eu escuto

teu desejo atiça a fera que há em mim

tua ausência é navalha na saudade

o teu passo é o meu princípio e o meu fim.


Marilia Abduani

Sol Poente

A gestação da brisa

plantada no ventre das horas,

tão fácil apalpar a vida

sem medo de que haja o agora.

Só por paixão vale a pena

secar o pote da idade,

caminhar ao sol poente.

Ainda não é tão tarde.


A dor talha a esperança,

é um rio largo e profundo,

cardume de velhas lembranças

nas profundezas do mundo.

Escombros de lábios sedentos

na mente se tornam flora.

A nostalgia da infância

é que tece o ninho da aurora.


Marilia Abduani

Renda de orvalho

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Centelha,raio de sol

facho de luz na manhã,

deixam uma calma imortal

colam no breu,feito ímã.

Diamante dentro do amor

é a estrada nova pro norte.

Das profundezas da dor

apaziguada é a sorte.

Deita a alma ao vento

a relva enfeita a história,

oco solar é o lamento

no marulhar da memória.

Refeita em luz, minha estrela

é renda de orvalho bordada,

Enluarada se enfeita

para a festa das orvalhadas.


Marilia Abduani

 
Pelo Estreito Corredor do Tempo © Copyright | Template By Mundo Blogger |