Alma

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Hoje já é ontem.
O dorso do tempo me convoca
a passeios diários
pelos umbrais do futuro.
Tateio o universo
estuprando a esperança
em transe.
Lentas e soltas
as estrelas dançam
sublimando a noite.
Ovula a minha ansiedade
no crepúsculo intocável
e bendito.
Hoje já é ontem.
No futuro incriado
o tempo engole a ternura primeiera
e o meu presente cochila
sobre antigas histórias.
O vento sopra.
A alma voa.
Boceja o ontem e desponta nova manhã
de ouro e prata
derramando luz em meu
exilado coração.

Marilia Abduani.

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