Esperança

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quem sabe na areia deserta
surgisse uma porta aberta,
brotasse algum grito de amor.
E que, das entranhas da noite,
rompesse a corrente da morte,
cortasse o espinho sem flor.
Quem sabe num céu transparente
surgisse uma estrela cadente
sorrindo pra lua, de novo.
E que um trem imaginário
transformasse o itinerário
tão triste e pobre do povo.
Quem sabe na rua silente
um calor incandescente
reinventasse as paixões
E que em linhas bem traçadas
o rumo de toda estrada
desse sempre aos corações.
Quem sabe na areia bruta
mais nenhum filho da santa
amarrasse a nossa voz.
E não roubasse as esperanças.
E tirasse das gargantas
os , tão bem atados, nós.
Marilia Abduani

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