Agora é tarde

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Agora é tarde.
Esqueço os versos
e componho outras formas de soltar os sentimentos.
Afloram inspirações.
Da boca contorcida e tosca,
saem faíscas de sonhos que desmaiam ao redor de mim
e caem no papel.
Chegam até onde mora o outro, esse outro que passa
indiferente, oco, triste e só.
A caneta não suja as folhas`.
Palavras voam, mudam o itinerário,
envolvem a vida no que há de mais terno.
O murmúrio da alma é o segredo do mundo,
a sete chaves guardado,
a sete chaves esquecido
no mais íntimo instante em que a emoção vence a razão
no decifrar do enígma chamado vida.
No apagar das luzes e no acender de espelhos,
eu me decifro ou me abandono ou me amo ou me esqueço
entre as imagens refletidas
e tão indiferentes.
Agora é tarde.
Solto as rédeas do verso e lá se vão os poemas.
Marilia Abduani

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