Ave noturna,sou vento que passa,
no doce bater das ondas do rio.
E, como o amor todo ódio embaça
meu corpo vai dando rasteira no frio.
Eu vou mandar esse choro pra longe
meu coração na candura do estio.
Sou como o tempo que passa e vou onde
meu corpo se esgota na força do cio.
Só levo a poeira da estrada que invento,
meu corpo me leva, pra onde eu não sei.
Coragem na mala, no peito um lamento,
Sou ave cigana, sou bicho sem lei.
Onde quer que eu ande, é só de passagem
seguindo o deserto meus pés baterão
em curvas, desvios, em nova paisagem
Eterna viagem, sinal de paixão.
Marilia Abduani
Ave noturna
terça-feira, 25 de agosto de 2009

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