João Sonhador.

terça-feira, 26 de maio de 2009

João guarda tanto sonho.
Em seu sorriso tristonho
só se encontra o desamor.
Em seus sonhos ganha o mundo,
e são sonhos tão profundos
que até chegam a trazer dor.
João olha o mar, com saudade.
Do início ao fim da tarde
pesca a sua solidão.
Nas águas, o seu reflexo,
o seu rosto bonito perplexo
diante tamanha prisão.
Joáo queria tanto encanto...
que viesse o amor, feito manto
e o cobrisse de paixão.
Ele, que não busca ouro
quer apenas um amor, que tolo,
maior que o seu coração.
No peito, o violão dedilhando,
sua voz clara murmurando
infinito mar de canção.
O sol sumindo no nada
lhe apontava uma caminhada
maior do que o próprio chão.
Olhando o céu, distraído,
o seu coração de vidro
se quebra de tanta emoção.
Mas João tem tanta esperança.
O seu seu olhar de criança
não o deixa dizer não.
Um dia, ele irá pela vida
buscar ponto de partida
e enfim, se transformar.
Ele, um dia, vai ser gente
sua cabeça inteligente
não o deixa desanimar.
Um dia, não sabe quando,
seguirá, po fim, cantando
no peito a viola da paz
O amanhã será aberto.
Seguirá, então, liberto
pelo próprio caminho que faz.
Nunca mais vai sentir fome
nem medo, nem noite fria.
Ser amante, único homem
de uma única amante: Maria.

2 Comentários:

Antonio Miranda disse...

Que lindo, Marilia!
Há versos - "o sol sumindo no nada" - que amplificam o poema pra além do espaço/tempo: o verbo é tudo.
Beijos e uma poética semana.

Antonio Miranda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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