Dilema

sábado, 23 de maio de 2009


Como fica um coração que sente

o toque da alegria e impunemente

se fecha, se desata, de arruina?

Como fica um coração que mente,

que se diz forte e é fraco, descontente,

e que tão constantemente se assassina?

Como fica um coração serpente

que se fere e fere aos outros, indecente,

e que treme no brotar de outra emoção?

Que deságua e desencanta, impaciente,

e que foge feito raio, as mãos dementes,

feito ave de rapina , rente ao chão.

Como fica um coração carente?

Pena que ninguém nunca me explique,

e que esse coração etéreo fique.

Clemência: Um resto de esperança.

Como o amante em mãos de sua amada

une o corpo à alma: ardente madrugada,

A flor e não o fruto é a vingança.

Como fica um coração impaciente

que pactua amor e vício e continua

remanescente, mansamente comovido?

Que recolhe cicatrizes e feridas,

que por certo, pelo amor, fe-se partida,

pelos múltiplos repentes ressentido.

Como fica um coração demente

que treme ante as amarras e correntes,

e é preso ao corpo, tão descompassado?

Como fica um coração prudente

movendo- se num frio aparente,

e que treme, ainda assim, desgovernado.

Como fica um coração que é tranparente?

Como fica o coração da gente

na síndrome de arder tão duplicado?

E se o meu coração governa a mente,

o meu corpo guarda o cheiro do pecado.

Como fica um coração que ,de repente,

pulsa, pulsa e paralisa, simplesmente,

e depois volta a bater acelerado.

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