À margem do mundo

domingo, 24 de maio de 2009


Mesmo à margem do mundo

eu continuo no meio,

cavando o meu poço fundo

cisterna do que inda creio.


Mesmo no centro do mundo

eu continuo de fora.

Eu, meu pavão vagabundo

meio fauna e meio flora.


Mesmo no centro do mundo

eu continuo de lado

pelos andaimes profundos

o "til" dos desesperados.


Mas, no centro ou mesmo à margem,

eu continuo a voar,

ou na plumagem de um cisne

ou nas asas do luar.

Marilia Abduani

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