
Mesmo à margem do mundo
eu continuo no meio,
cavando o meu poço fundo
cisterna do que inda creio.
Mesmo no centro do mundo
eu continuo de fora.
Eu, meu pavão vagabundo
meio fauna e meio flora.
Mesmo no centro do mundo
eu continuo de lado
pelos andaimes profundos
o "til" dos desesperados.
Mas, no centro ou mesmo à margem,
eu continuo a voar,
ou na plumagem de um cisne
ou nas asas do luar.
Marilia Abduani
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