Sós

domingo, 24 de maio de 2009

Quando um corpo comporta um outro corpo
e rende-se a outras mãos, outros abraços,
fica a imagem desenhada nos espelhos
sobraçando segredos laço a laço.
As mãos entrelaçadas formam garras
arranhando as carnes úmidas e quentes.
Tão armadas quanto a voz da guerra
na febre que consome inteiramente.
O efeito dessa febre é o arrepio,
a leveza, todo desfalecimento,
o corpo de outro corpo dispersado.
E vem a refração do pensamento.
O olhar perdido, a fome, a dor, o frio.
Solidão de dois corpos separados.

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