Viagem

sábado, 23 de maio de 2009


O amor transporta ouro.

Charrete dourada no horizonte,

nos leva pelas noites tristes

e tudo se ilumina,

se inclina,

fina luz

contornando abismos.

Há um vácuo

no silêncio.

Um estrepe taciturno

latejante, trágico,

no meu íntimo amor.


Venho de antigas eras,

pudera,

sou erva no improvável poema que crio,

espalho- me, espelho- me

nas paredes do pranto

que não deságua

em nenhum mar.

O amor transporta ouro.

Charrete ornada de sonhos

pela vida a me guiar.

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