Eu e você

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O que me mata é esta distância gelada
entre os meus olhos e os teus.
É essa paixão encerrada
num chão todo feito de adeus.

É esta saudade doente que vem me roubando o sono,
Você, que antes, era o motivo
para eu saber sair do abandono.
Eu, que vivia de sonhos, navegando na ilusão,
E você, que não trouxe a surpresa, e você, que não trouxe o perdão.
Eu fazia tantos planos, que hoje, imersos, estão jogados,
você era o mais bonito dos meus sonhos acordados.

É este grito infinito, lançado no chão do abandono,
é este amor reprimido, todo marcado de sono.
É esta loucura cortante que me joga na poeira,
é esta tortura falante aos meus ouvidos,na esteira.
Esta fuga do presente, esta treva, esta caçada,
esta fábrica de sonhos que não me deixa acordada.

O que me mata é esta ilusão, quase guerra,
entre os meus olhos e os teus.
Esta paixão que se encerra
entre as estradas do adeus.

É esta vingança sofrida,que vem sumindo no nada,
e o meu olhar de criança que foi muito magoada.
É este fantasma de luto,causando torpor e medo
e junto ao fantasma, teu vulto, desatando meus segredos.
Esta afronta, esta amargura, que não me deixa feliz,
esta raiva, o desalento de querer quem não me quis.

Eu e você, que mudança,
só ficou desilusão.
Se ao menos o tempo passado
aceitasse devolução.

O que me mata é esta guerra
entre o meu e o teu olhar.
Infinita cadeia de ondas
nos jogou além do mar.

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