Não perdi a inocência.
Só estou com saudades de mim.
Do meu hálito, da minha voz, dos sons da infância abençoada,
do cheiro da chuva beijando a terra.
Saudades das cachoeiras, das árvores, sonhos.
Mergulho nas cascatas do tempo.
O piar das andorinhas acorda e atiça as lembranças
do porão da casa antiga,cheia de mistérios.
O gosto da cana, o debulhar do milho,
os amores escondidos, os beijos roubados,
coisas que, dentro de mim,
adormecem e acordam diariamente.
A menina que fui e a mulher que sou
descansam em meu coração.
Não perdi a consciência.
Mas solto ,ainda , as asas e cruzo o espaço,
coleciono estrelas,
flores, luas
pelos caminhos onde passo.
Só levo comigo a minha melancolia.
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