Quadrante

domingo, 5 de dezembro de 2010

Tudo pode acontecer
o canto inesperado
os lábios secos, sem beijos,
um naco de amor guardado.
Num baú a nossa história
adormece sem pecado.

Tudo se pode esquecer
o terror do descaminho
a ânsia do vôo alçado
as pedras, o andar sozinho.
O vale dos desenganos,
a ave que perde o ninho.

Tudo se pode querer
a voz de ouro liberta
a sábia mão da ternura,
deixa a porta entreaberta.
Quadrante de sol a pino
na tênue casa deserta.

Tudo pode enternecer
todo o profundo instante,
o meu interno oceano
corta a linha do horizonte.
E no porão da memória
meu passado itinerante.

Marilia Abduani

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