Meada

domingo, 19 de dezembro de 2010

O canto que eu desconheço
em unissono entoam
as cigarras pela noite
os passarinhos que voam

Salivo o teu nome e engulo
as tuas palavras frias
à deriva, bem distantes
da minha alma vazia.

O canto que eu não esqueço
transborda em prantos, no nada.
O oculto, o meu avesso,
é o fio dessa meada.

Estranho canto que inflama
e faz eclodir a serpente,
a fera que em mim debanda
livre, de vez, da corrente.

Seriam laços desfeitos
flores e dores em mim.
Cores e mares da vida,
esse oceano sem fim.

Marilia Abduani

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