INSENSATO CORAÇÃO
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sina
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano novo
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Deixo a porta aberta
não há trancas, não há nó.
Meu caminho descoberto
telhado de vidro e pó.
Que venha alguma alegria
que chegue nova paixão.
O passado é roupa velha
que não nos serve mais não.
Deixo a cancela entreaberta
que venha nova estação.
Minha alma anda deserta
e não quer mais solidão.
Que entre um novo sentimento
pela janela do coração.
E que seja,cada movimento
o alimento da emoção.
Marilia Abduani

Saúde e sorte
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Luz do sol
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mais um dia
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CASULO
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
O portal da vida
abre um tempo novo
casulo que se rompe
ave que sai do ovo.
O portal da vida
abre as janelas da frente
de onde se avista o tempo
fugindo placidamente.
Marilia Abduani

Por amor
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CASCATA
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Amor e perdão
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Música: Hermambrix

PARTITURA
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Semente
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
e no dorso de um cavalo atravesso a plantação.
E pego a enxada, laço o touro mais valente,
o meu grão, minha semente
derramada pelo chão.
Enquanto o orvalho molha a terra concebida
cá na roça é dura a lida, sol rebate sem perdão.
Até o sêmen da saudade adormece
no acalanto de uma prece
que desponta da canção.
Aqui na roça
boi é rei, é garantia,
nossa lei, nossa valia,
o direito de viver.
E a gente sua na labuta que é difícil
o suor é o nosso ofício
no galope de colher.
E Deus compensa devolvendo, então, pra gente,
o que brota da semente,
tão bonita a plantação.
Até parece que mais cedo raia o dia,
passarada e poesia
vão ciscando pelo chão.
Marilia Abduani

Lamento triste
domingo, 19 de dezembro de 2010
A voz emudeceu.
Um resto de canção
no tempo se perdeu.
Ficou o teu olhar assim
espalhando em nós a solidão.
Ficou todo o sentimento,
a dor e o lamento
no coração.
E o que era primavera já não é.
A luz que antes havia jaz no breu
que levou o teu luar,
e as estrelas que eu contar
são espelhos dos olhos teus.
Até sempre,
não há nenhum adeus.
As lembrançãs, essas nunca passarão.
Os meus sonhos vão além
a saudade vem e vai.
E hoje eu ouço as lições
que um dia ouvi do meu pai.
E hoje eu canto as canções
que um dia me ensinou o meu pai.
Marilia Abduani

Memória
domingo, 19 de dezembro de 2010
É o que o tempo diz.
A solidão de nós dois:
íntima flor de raiz.
Ausente a estrela morria
no céu de paisagem torta.
a antiga dor se escondia
por sob a paisagem morta.
Agora já é depois
no coração aprendiz.
Eu vivo do que passou,
perdidamente feliz.
Tremem meus olhos ao vento
por tudo o que eu fui e sou.
memória que não se cansa,
histórias de quem amou.
Marilia Abduani

Meada
domingo, 19 de dezembro de 2010
em unissono entoam
as cigarras pela noite
os passarinhos que voam
Salivo o teu nome e engulo
as tuas palavras frias
à deriva, bem distantes
da minha alma vazia.
O canto que eu não esqueço
transborda em prantos, no nada.
O oculto, o meu avesso,
é o fio dessa meada.
Estranho canto que inflama
e faz eclodir a serpente,
a fera que em mim debanda
livre, de vez, da corrente.
Seriam laços desfeitos
flores e dores em mim.
Cores e mares da vida,
esse oceano sem fim.
Marilia Abduani

Lira
sábado, 11 de dezembro de 2010
e tudo o que respira
vai falar de amor.
E vai soprar mais forte o vento
e todo sentimento vai brotar em flor.
Agora vai chegar do norte
a a canção mais forte
harmonia e som.
E a vida vai se abrir num canto
não haverá pranto.
Rima em qualquer tom.
Agora não haverá noite
mas nenhuma morte
nesse nosso olhar.
Um novo tempo principia,
a vinda do dia
vai anunciar.
Que a vida sempre é renovada
pela luz benvinda
do amanhecer.
Há sempre nova primavera
Uma nova era
linda de viver.
Marilia Abduani

Vinho e mel
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
na taça o teu vinho e mel
Que dorme em tua cama
estrela sou em teu céu.
A mesma que guarda o dia
na mala do teu brilhar
Iluminando a alegria
se a noite quiser ficar.
Eu sou o abraço perfeito
a superfície da lua.
a água e o fogo em meu peito
lampejo que perpetua.
Na terra, sombra ou no rio
meus passos germinarão
No peito, diversas vezes
a mesma e velha emoção
Marilia Abduani

Jasmim
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
no cheiro de jasmim
no vento que soprar
nos sons da natureza
a vida põe a mesa
quem quiser, é só chegar.
O vento sopra a dor
a chuva jorra, em flor,
a nos purificar.
As plantas orvalhadas
a terra abençoada
pra colher, é só plantar.
Solte a voz, abra um sorriso,
faça amor, sempre é preciso.
Sua fé traça o destino
e aonde você for
no frio ou no calor,
faça a vida revirar de tanto amor.
Ser o que sempre quis
o fruto ea raiz.
descansar o coração, viver em paz.
ser feliz
e nada mais.
Marilia Abduani

Prenúncio
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
insista...
invista...
vá fundo na paixão.
Você tem que esquecer o que passou
a fila
não para
na estrada da razão.
Se quiser acender de novo o amor.
o jogo...
o fogo...
o sangue em combustão.
Derreter a geleira que restou.
A raiva só sara
no amor em comunhão.
Abra a janela
destrave a porta.
Pela cancela há de chegar
um novo dia
que prenuncia:
o que tiver de ser
será.
Marilia Abduani

Nós.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
corpo e alma, amor e mente
na corrente da emoção.
Somos hoje duas mãos que se procuram
dois corpos que se misturam
nas linhas do coração.
Somos hoje a ilusão mais colorida
a união de duas vidas
numa mesma direção
Corpo e alma que se encontram de repente
feito o campo e a semente
pra formar a plantação.
Como pássaros que ao retornar ao ninho
deixam o canto no aminho
pra espantar a solidão.
E assim seguimos nós na mesma estrada
e a paz tão procurada
nos servindo de faróis
Somos nós o tempo, o vento, a estrela guia
na mais doce calmaria
no aconchego dos lençóis.
Somos nós a parte de uma outra parte
juntos, somos bem mais fortes,
infinitamente mais.
Fomos feitos um pro outro, na medida,
dois destinos numa vida
tão perfeitos, tão iguais.
Somos feitos um pro outro, andorinhas,
que não voam mais sozinhas
e que estão na vida, em paz.
MARILIA ABDUANI

RENDA DO DIA
domingo, 5 de dezembro de 2010

SONORIDADE
domingo, 5 de dezembro de 2010
perfura a verdade
desperta o ciúme
penetra a saudade
Emerge da alma
goteja em desejo
Dilui o remanso
que antecede o beijo
Estranha palavra
sombria, indolente,
ecoa na noite,
estrela cadente.
Prateada palavra
oblíqua, incolor,
retina do sonho
nos olhos do amor.

Guarida
domingo, 5 de dezembro de 2010
tire da rosa o espinho
Tantas lições nos ensinam
as pedras pelo caminho
Cada tropeço é uma escola
cada aconchego é um carinho
Não fuja ou pise na bola
não seja triste e sozinho.
Beba do leite da vida
viva do que semeou
Ao que virá, dê guarida
esqueça o que já passou.
Seja o seu melhor amigo
o amor não pode ferir
Seu coração é o abrigo,
caminho certo a seguir.
E se algum dia, quem sabe,
a noite eterna surgir
bem cedo o dia se abre
há novo sol a se abrir.
Nova estação já vem vindo
sempre há o milagre da flor
que se renova nos campos,
na primavera do amor.
Marilia Abduani

Ferro e sal
domingo, 5 de dezembro de 2010
A alma vive tão rente
dentro do ócio da vida
crepúsculo reluzente
lambendo as velhas feridas.
O horizonte se estende
além do vácuo das horas
Meu coração é o vento
é nuvem que vai-se embora.
Do abstrato do medo
talhado a ferro e sal,
escorre pelos meus dedos´
a água mais natural.
E lava a única estrela
fluída na escuridão.
Meu coração é o tempo
e o tempo é o meu coração.
Marilia Abduani

Reverso
domingo, 5 de dezembro de 2010
A dor deste amor mendiga
o reverso da medalha
um refrão do infinito
o azinhavre na navalha.
Somático desabrigo
na fraga do meu segredo.
Eterna neurastenia
personagem do meu medo
O terror do desengano
A secreção do meu drama
A névoa em minha poesia
nos arremates da trama.
A sanguessuga em meu beijo,
cilada imperceptível.
na cama, o meu desejo,
na alquimia impossível.
O nó cego na esperança
o medo me faz tão só.
As grades em meu avesso
gorgulhos de sonho em pó.
O vírus em meus sentidos
enrijece a luz do dia.
Há mais valia na noite
que borda a melancolia
Marilia Abduani

Quadrante
domingo, 5 de dezembro de 2010
Tudo pode acontecer
o canto inesperado
os lábios secos, sem beijos,
um naco de amor guardado.
Num baú a nossa história
adormece sem pecado.
Tudo se pode esquecer
o terror do descaminho
a ânsia do vôo alçado
as pedras, o andar sozinho.
O vale dos desenganos,
a ave que perde o ninho.
Tudo se pode querer
a voz de ouro liberta
a sábia mão da ternura,
deixa a porta entreaberta.
Quadrante de sol a pino
na tênue casa deserta.
Tudo pode enternecer
todo o profundo instante,
o meu interno oceano
corta a linha do horizonte.
E no porão da memória
meu passado itinerante.
Marilia Abduani
