Infância

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Do tempo de criança só ficou saudade
e nacos de esperança que a infância traz.
O aroma doce e virgem da manhã raiada
O vento em meu rosto e toda a passarada
cabelo em desalinho ,eu tinha o pé na estrada
tinha fruta no pé, flores, canaviais.

O meu pai na batalha pra educar os filhos.
A mãe, casa e cozinha ou costurando em paz.
A velha melodia que inda bem conheço
nas noites de verão o violão, o apreço
seriam laços fortes desfazendo o avesso
o desatar de tudo que a idade faz.

O fio da meada trouxe um estranho canto.
Pelo vazio em mim estou despida e só.
Saliva o meu orgulho fustigando a sorte
distante e a deriva debandou meu norte
Ao descerrar ao sonho e fugir da morte
cessa o fluir do tempo e tudo vira pó.

Passou o tempo
Calou o violão.
Todo o sentimento
Da vida me restaram pucos fragmentos
Sou um potro galopando a minha
solidão.

Marilia Abduani

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