Conchas

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nas conchas das minhas mãos
uma rosa indefinível,
a brisa silvestre, o perfume,
a relva de luz no quintal.
As noites brancas de lua,
vagido que vem da rua,
as nuvens rubras de sal.

Uma aurora raiada
um clarão abrindo o escuro.
Todo o desenho das flores
na aquarela do jardim.
Nas rendas que o amor tecia
do azul do mar exauria
um oceano sem fim.

Nas conchas das minhas mãos
um rio sem travessia.
Um cardume de esperança
luzindo em meio ao mar.
Nas ondas , meu corpo é bruma,
imponderável espuma
nas conchas de todo o olhar.

Marilia Abduani

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