Primavera

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O teu discurso de música e ciúme
atravessa os meus ouvidos
e me fala de flores, ventos,
pássaros e pedras,
estrelas e rios.
Em meus ouvidos, os teus segredos.
Por tudo isso, perco-me sempre,
humanizo-me nas árvores,
no orgasmo, no silêncio,
no engasgo de saber-me com asas
e sem poder voar.
Em meus ouvidos o teu silêncio,
a hora mais clara e precisa,
em que o sol espanta a lua.
Eu faço amor com a brisa,
com os bichos,
com os frutos,
com as pétalas da primavera
e engravido.
Eu, grávida de flores,
ávida de lua,
plena de mar.

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