SOMBRA

sábado, 10 de dezembro de 2011



Fui ferida por mim mesma
num instante de loucura.
Meu corpo perdeu a vigília
da minha emoção mais pura.
Cacos de vidro nos olhos,
estilhaços em meu dia.
A fúria de quem não sente
o beijo da calmaria.

Fiz de mim o meu algoz,
o peito vivo,fremente.
A boca seca, sem beijos,
a ansiedade demente.
Meus ossos esbranquiçados
nem sentem frio ou saudade.
Eu enfrento garras e dentes.
Me falta qualquer coragem.

Eu sou o meu próprio inimigo,
a alma turva, cansada.
Solidão é o meu castigo,
meu pranto é luz apagada.
O abraço sem esperança,
memória fraca e cansada.
Passos inertes, sem dança,
Sou quase sombra. Mais nada!

Marilia Abduani

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