REDOMA

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Redoma



Eu te entrego a nostalgia

da noite sem estrela e nua

o segredo absoluto

de tua melancolia

triste, sombria e nua.

O véu da noite mais fria,

o abismo agreste, ermo,

Redoma sem luz, sombria,

no dia sem meio-termo.



Eu te entrego a tempestade

e o mar que se abre incerto,

o mistério dissoluto

do teu carinho deserto.

Do estampido por dentro

rasgando o teu ventre aflito.

Eu te deixo a poesia

e me entrego de peito aberto

serei tua companhia.



E quando cair a noite

e o dia nascer bonito,

descansarei em teus braços:

Não seja breve o infinito.



Marilia Abduani

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