Volúpia

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A placenta do desejo

explode e nem balbucia.

A tecitura do beijo

tritura a parca alegria.

Novelo desenrolado,

areia da solidão.

Redemoinho rasteiro

labaredas do perdão.

O vermelho da saudade

é o nevoeiro que aflora

e encrespa o fio do tempo

volúpia, cio da aurora.

É uivo de lua cheia,

é vida já sem valia.

É libertina coragem

de viver por teimosia.


Em êxtase, o horizonte

perfura as nuvens escuras.

Chove o sêmen do pranto

por sobre toda a candura.

É nostalgia do vento

é sede que não sacia.

É canto de chamamento

e ventre sem serventia.


(Fixo o olhar no universo,

recolho cada momento

nas conchas da fantasia)


Marilia Abduani

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