Vou voltar
pelos mesmos caminhos
retirar os espinhos
avivar a saudade.
No seio da tarde,
reabrir as feridas
revirar minha vida
pelas mãos da verdade.
Vou voltar,
destrancar as janelas,
os portais, as tramelas,
esse muro de giz.
E a cicatriz,
que é um vírus mordente,
vou banhar de aguardente
esse mal de raiz.
Vou voltar
desatando esses nós,
e soltando esta voz
e as amarras da dor.
Vou voltar
as porteiras abertas,
as trincheiras desertas
nos atalhos do amor.
Vou voltar
procurando as verdades
não importa a saudade
que me faz solidão.
E o perdão
vai nascer do meu pranto,
explodir do meu canto
azeitar a canção.
Vou voltar
reabrindo os abraços
me embrenhar noutros braços,
e plantar nova flor.
Vou voltar
mais segura e serena
Tem que valer a pena
inventar novo amor.
Marilia Abduani
Vou voltar
quinta-feira, 1 de abril de 2010
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