O que busca por deserto
não conhece a noite fria,
não sabe o caminho certo
que chega ao raiar o dia.
Reconhece a realidade
da voz da monotonia
a angústia do céu coberto
por estrelas da agonia.
O que busca por deserto
só acerta a sintonia
das ondas sonoras do tempo
cruzando a estrada fria.
Amarga a sua saudade,
o peso da nostalgia.
O agreste da tempestade
de suas noites vazias.
O que busca por deserto
sonha na noite sombria.
Corpo despido e inerte
no lençol da zombaria.
Fustiga a serenidade
onde a aurora reluzia
suspensa na eternidade
sem o verbo da alegria.
O que busca por deserto
viaja na ventania
reescreve a sua história
pelas mãos da letargia.
Não pressente a claridade
por onde o amor fremia.
O que busca por deserto
migalha a vida vazia.
Marilia Abduani
O que busca por deserto
sábado, 6 de novembro de 2010
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