A placenta do desejo
explode e nem balbucia.
A tecitura do beijo
tritura a parca alegria.
Novelo desenrolado,
areia da solidão.
Redemoinho rasteiro
labaredas do perdão.
O vermelho da saudade
é o nevoeiro que aflora
e encrespa o fio do tempo
volúpia, cio da aurora.
É uivo de lua cheia,
é vida já sem valia.
É libertina coragem
de viver por teimosia.
Em êxtase, o horizonte
perfura as nuvens escuras.
Chove o sêmen do pranto
por sobre toda a candura.
É nostalgia do vento
é sede que não sacia.
É canto de chamamento
e ventre sem serventia.
(Fixo o olhar no universo,
recolho cada momento
nas conchas da fantasia)
Marilia Abduani
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