Na gestação da brisa,
plantada no ventre das horas,
é fácil apalpar a vida
se medo de que haja o agora.
Só por paixão vale a pena
secar o pote da idade,
caminho de sol poente.
Ainda não é tão tarde.
A dor que talha a esperança
é um rio largo e fecundo,
cardume de velhas lembranças
nas profundezas do mundo.
Escombros, lábios sedentos,
para amainar desencanto.
Na mente, se tornam flora
a nostalgia da infância
tecendo o ninho da aurora.
Marilia Abduani.
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